Porteirinha

 Lá pro final dos anos 30, Osório, Isaura e sua prole moravam na Fazenda, perto de Ubiraçaba, e tinha uma moça que trabalhava com eles, chamada Maria. Certo dia, chegou um pessoal de fora pra fazer serviço no Lamarão. A moça se encantou com um rapaz do grupo, e acabou em intimidades com ele. Ela contou pra a mãe, que contou ao pai, que foi lá falar com Osório, pedindo uma providência, porque a filha tinha se "perdido" lá na fazenda, com um trabalhador. 

Então, Osório enviou uma carta para o Juiz de Paz contando a história, e mandou avisar ao rapaz que em determinado prazo, ele tinha que vir pra "reparar o mal" que fez. 

No dia acertado, o moço apareceu pra casar. Se Maria estava grávida ou não, só ela pra dizer. O certo é que, enquanto esperava o casório, o rapaz viu um movimento. O que é, o que é? Quis saber. O movimento era pra levar a moça pra velha Tibúrcia examinar se a moça era virgem ou não. 

Ele perguntou “o que é que vão fazer?” Aí contaram. Ele ralhou:

– olha, eu vim de longe, se aceitei e vim pra casar, é porque estou reconhecendo e vim reparar o erro. Agora, tem uma coisa, se levar pra mulher enfiar o dedo, eu vou embora agora e acabou esse negócio de casamento. 

Com a ameaça, desistiram que a velha enfiasse o dedo na porteirinha da moça, e tudo se acertou.

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