Osório e outras histórias


Muitas histórias já foram contadas sobre Osório, em especial na sua maturidade. Seu jeito direto de falar as coisas que julgava pertinente dizer, sem rodeios. Assim, para enriquecer este repertório, deve-se anotar mais uns episódios (1).

Certo dia Seu Érico Amorim foi fazer uma visita a Osório. Chegou, cumprimentou Dona Miúda, Dona Diná, que responderam muito amistosamente. Osório, sentado, apenas ouvia, atento, mas calado. Para ser gentil, Seu Érico resolve puxar conversa e disse:

- Sr. Osório, tudo bom? Quais as novidades?

Prontamente Osório respondeu:

- Você que anda a procura de novidade é que deve saber.

Curto!

De vez em quando Osório saia, circulava por aqui e acolá, ou simplesmente ia visitar o irmão Virgílio, que também morava em Brumado.

Quando lá chegava, sentavam os dois em cadeiras “na porta da rua”, um do lado do outro, quase de costas. Ficavam, ficavam, sem dar uma palavra. Depois de um certo tempo Osório se levantava, e dizia:

- É, a prosa está boa, mas preciso ir.

E voltava prá casa.

Em outra oportunidade, sua filha Diná precisou viajar e deixou a irmã Camila Ruth cuidando do velho Osório. Tarde da noite ele pede café. Ruth, se levantou, e lhe serviu a bebida.

Depois de tomar o café, Osório pergunta:

- Diná chegou?

Ela responde: "Ainda não".

Depois de um certo silêncio ele resmungou:

- Tá visto! Porque Diná não me dá café frio.

Conhecendo bem o pai de quem cuidava de forma dedicada cotidianamente, todas as vezes que ele pedia café, Diná coava na hora. Desavisada, Camila Ruth pegou o café que estava na garrafa e serviu.

Quem souber que conte outra.
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(1) Com ajustes em texto escrito originalmente por Regina a partir de informações de sua mãe, Ruth.


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