Wenceslau
Rizério de Araújo nasceu em 1822, ano da declaração de Independência do Brasil,
e faleceu em 4 de agosto de 1899 no alto sertão da Bahia. Era um homem de muitas
posses e seus bens haviam sido em grande parte pertencentes ao Barão da Lagoa, com
quem compartilhava relações familiares.
A rigor não há um nobre que tenha recebido honraria com essa denominação, e sim Barão de Vila Velha, numa referencia ao atual município de Livramento de Nossa Senhora. Este título foi concedido em maio de 1883, a Joaquim Augusto de Moura(1828-1898) pelo Imperador D.Pedro II em retribuição a vultosa doação de 10 contos de réis que fizera para a "instrução pública" daquela localidade. O Barão, filho de Martiniano de Moura e Albuquerque, era proprietário de muitas terras e gado. Deixando a região diamantina, tomou a direção de São Paulo e finalmente do Rio de Janeiro, onde faleceu.
A rigor não há um nobre que tenha recebido honraria com essa denominação, e sim Barão de Vila Velha, numa referencia ao atual município de Livramento de Nossa Senhora. Este título foi concedido em maio de 1883, a Joaquim Augusto de Moura(1828-1898) pelo Imperador D.Pedro II em retribuição a vultosa doação de 10 contos de réis que fizera para a "instrução pública" daquela localidade. O Barão, filho de Martiniano de Moura e Albuquerque, era proprietário de muitas terras e gado. Deixando a região diamantina, tomou a direção de São Paulo e finalmente do Rio de Janeiro, onde faleceu.
Pois
bem, com a migração de Joaquim Augusto para o Sul, Wenceslau ficou com parte
das fazendas sob a condição de pagar um valor previamente ajustado - estimado em 300 contos - tão logo
fosse obtendo recursos resultantes da venda de gado vacum. A
esposa de Wenceslau, Constança Rosa de Moura, era prima do barão, permitindo
deduzir que estas eventuais relações familiares tenham contribuído para os termos em que
o negócio foi estruturado.
Wenceslau
chegou à Fazenda São Gonçalo por volta de 1840, e ali passou a viver com sua
família, em terras banhadas pelo Rio São João, no Iguatemi (atual município de
Livramento). A casa grande era muito movimentada, não apenas pelo entra e sai
de pessoas interessadas em comprar e vender, ou pelo corre-corre dos
escravos a cumprir mandados. Era agitada
também em função da quantidade de netos que por ali circulava, filhos e filhas
de Camila e Augusta, ambas falecidas prematuramente em consequência de
complicações dos inúmeros partos. Camila deu luz a Osório, Bela, Virgílio, José
Moura, Camilo Manoel e Manoel Camilo.
Registra-se que entre todos os netos que criava, o que comandava a trupe
era Fidelcino, filho de Augusta, que também trouxe ao mundo Eujácio, Jaime, José Augusto e Raquel.
O
fato é que com os falecimentos de Camila e Augusta, os esposos, respectivamente
Faustino de Vasconcellos Bittencourt e Juvêncio Alves dos Santos, não ficaram
com a guarda das crianças, ou pelo menos da maioria delas. Dona Constança Rosa de Moura e Wenceslau tiveram 12 filhos: Juvêncio, Florindo, Theódulo, Sebastião, Marcolino, Augusta, Adelaide,
Camila, Bela, Deolinda, Maria Carlota e Ana Rizério.
Wenceslau era filho de Fernando Rizério de Araújo e Maria Carlota de Souza Freire, sendo que está teria morado no casarão de São Gonçalo. Conta-se que certa vez um parente teria perguntado
a alguém familiarizado com a casa grande: - quem é essa aí que fica mandando em
tudo aqui na cozinha? E imediatamente, ouviu como resposta: - fala baixo, essa
é a mãe de Ioiô!
Considerado
por alguns como um dos fundadores de Brumado, Wenceslau foi um desbravador, um
incentivador da indústria e do artesanato, tendo contribuído para o
desenvolvimento da agricultura e pecuária. Criador de gado, produtor de
mandioca e seus sub-produtos, possuía escravaria para a lida dos negócios.
A
partir de julho de 1899, Wenceslau passou a integrar a Guarda Nacional com o
posto de Tenente-Coronel Comandante da Comarca de Ituassú (como escrito no
Diário Oficial) tendo o seu filho, Florindo Rizério de Moura, a patente de
capitão ajudante.
No fim da vida, viu seu filho Marcolino assumir o comando da cidade. Marcolino Rizério de Moura governou o município por 17 anos (1908-1912; 1927-1929; 1938-1948). Em mandatos alternados, Fidelcino Augusto dos Santos, filho de Augusta e neto de Wenceslau, administrou Brumado por outros cinco anos(1922-1923 e 1932-1934).
No fim da vida, viu seu filho Marcolino assumir o comando da cidade. Marcolino Rizério de Moura governou o município por 17 anos (1908-1912; 1927-1929; 1938-1948). Em mandatos alternados, Fidelcino Augusto dos Santos, filho de Augusta e neto de Wenceslau, administrou Brumado por outros cinco anos(1922-1923 e 1932-1934).
NVJ
16/05/2012. Atualizado 21/07/2021
Nota:
A despeito das referências à ascendência
italiana do seu sobrenome, que seria derivado de Rizielli ou Rizieri, deve-se
comentar a existência de uma versão para o surgimento deste sobrenome. Segundo
esta outra narrativa, o Barão de Vila Velha era um aficionado da numerologia,
doutrina que desde tempos remotos reúne seguidores, e segundo a qual o
resultado da análise do nome de uma pessoa sob certo prisma dos números pode
favorecer ou, ao contrario, criar embaraços na vida de quem o carrega.
Assim, teria o Barão procedido uma
análise numerológica do nome de Wenceslau, concluindo que deveria acrescentar
àquela designação que ganhou em batismo, o sobrenome Rizério, resultando por
completo: Wenceslau Rizério de Araújo.
Este registro, que se faz por compor a história oral, não guarda consistência desde que se obteve o registro do nascimento de uma filha de Wenceslau, onde contava o nome dos avós, inclusive do sobrenome paterno, Rizério.